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Victory 8B

HISTÓRIA DO VICTORY 8B


Em Agosto de 1997 o navio de bandeira grega Victory 8B foi apreendido a pedido do Banco Central da Grécia. Também existia uma dívida referente à multa por atraso na entrega da carga. A embarcação ficou, então, impedida de deixar o porto de Vitória. Após permanecer dezoito meses a bordo do navio apreendido, já sem combustível, água potável nem comida, a tripulação de 22 romenos pediu extradição à Policia Federal e o cargueiro de 4.148 toneladas foi abandonado na baía de Vitória-ES.

Durante a noite a embarcação ficava às escuras, oferecendo risco de acidentes. Em uma madrugada de vento sudoeste a corrente da âncora rompeu-se e o navio, sem tripulantes, ficou à deriva. Depois de resgatado, o Victory 8B passou a ser chamado de "O Navio Fantasma". Em pouco tempo, sua capacidade de flutuação estava comprometida por falta de manutenção preventiva. Nesse momento, o naufrágio da embarcação produziria um desastre ecológico e o bloqueio na entrada do porto de Vitória.

Em 1999, preocupada com esta possibilidade, a Secretaria de Meio Ambiente do Espírito Santo (SEAMA-ES) incorporou o navio ao projeto "Recifes Artificiais Marinhos do ES" (RAM-ES). No final desse mesmo ano, a pedido da SEAMA-ES, a Operadora Atlantes Guarapari, acompanhada por uma equipe técnica, iniciou uma série de pesquisas para determinar o local apropriado para a criação do recife.

Em fevereiro de 2002 foi assinado um Convênio de Assistência Técnica entre a Fundação Cleanup Day (FCD), o Governo do Estado do ES, a Marinha do Brasil, o IBAMA, e outros órgãos e empresas. A FCD seria responsável pela preparação e lançamento controlado do Victory 8B para criação de um RAM. A Direção de Hidrografia Naval (DHN) aceitou as coordenadas sugeridas pela equipe de biólogos e oceanógrafos, distante 12 km das principais praias de Guarapari-ES.

Depois de 500 dias de trabalho o navio ficou totalmente limpo e pronto para o lançamento controlado. A equipe Atlantes participou ativamente de todas as etapas do processo. Finalmente, em 3 de julho de 2003, o Victory 8B foi transformado no maior Recife Artificial da América Latina e hoje repousa em posição de navegação entre 18 e 36 metros de profundidade.

O monitoramento da região continua sendo realizado semanalmente por uma equipe de cientistas, liderada pelo Dr. Alex Bastos, da Universidade Federal do Espírito Santo. O projeto possibilitou estes trabalhos de pesquisa. Não foi detectado nenhum impacto negativo no local do lançamento nem na região circundante. O aumento de biomassa no local e o crescimento do turismo superaram as melhores expectativas, atingindo positivamente a todos os setores da comunidade.

FICHA TÉCNICA

 

NomeVictory 8B

ClassificaçãoBureau Veritas 1/3/3

Tipo de EmbarcaçãoHaute Mer Class III

ComplementoCargueiro

Capacidade de carga122 Containers de 20 pés e 58 Containers de 40 pés

Eslora (comprimento)89.77 metros (270´)

Borda livre (altura)13.60 metros (41´)

Tonelagem Bruta4.148 ton

Projeto de ConstruçãoDania Shiping Association Kobenhavn

Data de Lançamento1975 / Bussumer Werft, Bussum Yard Nº 252

Propulsão1 motor Burmeistre & Wain Alpha Diesel 18 cilindros em ´V´

Potência2610 HP AT 800/265 RPM

Consumo de Diesel1033 ton por dia

TripulaçãoCapitão, 4 Oficiais, 2 Engenheiros, 3 Chefes, 1 Operador de Rádio, 1 Cozinheiro e 10 Marinheiros

Acomodação da estrutura

O ambiente marinho é muito dinâmico e tanto os recifes naturais como os artificias passam por transformações constantes devido à força do mar. Duas tormentas foram responsáveis pelas principais alterações do casco e da super-estrutura do navio Victory 8B desde que foi instalado. No inverno de 2006 o costado de bombordo caiu sobre o de boreste abrindo os porões e formando corredores propícios para abrigar grandes serranídeos (meros, garoupas, badejos, etc.). Em junho de 2011, outra tormenta inclinou a super-estrutura aproximadamente uns 40º para boreste, numa postura mais "dramática", assumindo um visual de naufrágio vencido pelo mar, o que valoriza o cenário e aumenta as possibilidades de fotografia e filmagem submarina.

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